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O que é o Hermetismo? - Parte I: Introdução

Atualizado: 8 de abr. de 2022

O Hermetismo - segundo a correta e devida acepção dos termos que se sucedem - foi uma corrente filosófica de cunho religioso - considerando-se o seu caráter essencialmente metafísico e ontológico - estabelecida por Hermes Trismegistus - o Três Vezes Grande - e fundamentada em seus ensinamentos.


Pater Hermes philosophorum. Hermes Trismegistus utilizando um turbante árabe e ostentando uma coroa. Publicada aproximadamente durante o ano de 1475 em um manuscrito alquímico que se encontra armazenado na Biblioteca Medicea Laurenziana, em Florença.

Consolidou-se a partir da fundação de Alexandria até os primeiros séculos da Era Cristã - período cuja cultura veio a caracterizar o Helenismo - referenciando-se - segundo as palavras de Jean-Pierre Mahé - como a “senda espiritual” que veio a sedimentar o corpo de conhecimento por meio do qual os gnósticos (como Zósimo de Panópolis, do Grego: Ζώσιμος ὁ Πανοπολίτης) e os neoplatônicos (como Jâmblico, do Grego: Ἰάμβλιχος) reconheciam e qualificavam a natureza, a ordem cósmica e a dinâmica que propiciaria ao ser humano a capacidade de sobrepujar sua precária condição, identificando a imortalidade da alma e evitando o destino imposto pelas esferas celestes.


Baseado em um compêndio escritural conhecido como Hermetica e cuja composição inclui os textos contidos no Corpus Hermeticum, originalmente produzidos em língua grega, assim como as instruções expressas no Asclepius, compiladas em Latim - o Hermetismo confunde-se com outros preceitos, tais como aqueles promovidos pela Escola Pitagórica - cujos parâmetros filosóficos refletiam as disposições mitológicas e simbólicas inerentes ao Orfismo - e - subsequentemente - pela Academia Platônica.


Hermis Mercurius Trimegistus Contemporaneus Moysi. Imagem encontrada no assoalho da Catedral de Siena.

De acordo com a própria tradição, Hermes Trismegistus, figura mítica a cuja autoria o conteúdo em questão estaria atribuído, representa a consolidação arquetípica de duas divindades: Thoth e Hermes, considerados análoga e respectivamente entre os adeptos dos panteões egípcio e grego como a entidade que teria viabilizado o surgimento da escrita, a comunicação entre os deuses e o homem, a astronomia, a matemática, a geometria, a botânica, a filosofia, a astrologia e a magia. Entretanto, a despeito do misticismo que a envolve, em Hellenistic Astrology: The Study of Fate and Fortune, de Chris Brennan, é possível considerar sua real existência - segundo a citação de alguns dos precursores da Astrologia Helenística que o autor aborda.


Entre outros fragmentos da literatura hermética, encontram-se, ainda, As Definições de Hermes Trismegistus para Asclepius, assim como o conteúdo formulado por Joannes Stobaeus - além de referências como o Salmeschiniaka, os textos atribuídos a Nechepso e Petosiris, o Cyranides e a Tábua de Esmeralda (tratado composto por aforismos alquímicos elencados entre os séculos VI e VIII em diversas obras de origem árabe) - como se pode confirmar através de livros tais quais The Tradition of Hermes Trismegistus: The Egyptian Priestly Figure as a Teacher of Hellenized Wisdom, de Christian H. Bull.


Imagem da Tábua de Esmeralda encontrada no Amphitheatrvm Sapientiae Aeternae, de Heinrich Khunrath.

Em breve, daremos continuidade e maior aprofundamento a este artigo, tratando de questões específicas.


Para maiores informações a respeito do tema, elencamos abaixo uma sugestão de bibliografia:


HERMETISMO


História




Filosofia




4) The Emerald Tablet

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